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sábado, 13 de outubro de 2012

Encurtamento congênito da perna. Como tratar?




Hemimelia fibular.




É a principal deficiência congênita de ossos longos do membro inferior das crianças.

Trata-se do defeito congênito de formação óssea (fibula), no membro inferior, que varia desde a hipoplasia, ou seja, diminuição do tamanho da fibula, até a ausência completa do osso.

A hemimelia fibular não é uma patologia isolada.

A causa é desconhecida. Pode acometer uma ou ambas as pernas.

A inteligência da criança é normal e o desenvolvimento motor também.

O quadro clínico é evidente, logo ao nascimento, com grande  encurtamento do membro inferior.

Vários segmentos do membro inferior são os responsáveis pelo encurtamento:

- Femur (osso a coxa);

- Tibia (osso da perna);

- Deformidade no pé;

- Deformidade na perna.

As principais alterações encontradas no exame físico ortopédico, além do grande encurtamento da perna, são:

- Encurtamento do femur em 70% dos casos;

- Ausência da raios laterais do pé, ou seja, a criança nasce com 4 dedos no pé;




- Deformidade na tibia (osso da perna);

- Deformidade no pé (equinovalgo), ou seja, o pé fica na ponta e para dentro;




- União anormal dos ossos do pé, conhecido como barra óssea;

- Instabilidade do tornozelo.


O joelho na hemimelia fibular:


Essa articulação também sofre os efeitos da malformação congênita e apresenta:

- Deformidade para dentro, ou seja, geno valgo;

- Instabilidade da patela, ou seja, o osso da frente do joelho pode estar parcialmente fora da posição habitual, chamado de subluxação ou até completamente fora da posição normal, conhecido com luxação congênita da patela.






- Ausência dos ligamentos internos do joelho, chamado de ligamentos cruzados.


Os exames de imagem:


São importantes para a confirmação diagnóstica.

Observem a radiografia da perna acometida, onde só existe um osso, ou seja, não existe a fibula.






Vejam também a radiografia do pé, só existem 4 ossos, porém com 5 dedos. O mais comum é encontrarmos pés com 4 ossos e 4 dedos.






O tratamento ortopédico:


A primeira preocupação a ser tomada na consulta é, o cálculo do encurtamento atual e da diferença de comprimento esperada ao final do crescimento da criança.

Para isso, existe o método multiplicador de Paley.

Trata-se de uma tabela, em que conseguimos com dados simples como idade e encurtamento atual, calcular a diferença esparada no final do crescimento.

Programação para correção cirúrgica do pé e tornozelo, tornado-o plantigrado, ou seja, capaz de ser posicionado com a planta do pé no chão, para a marcha adequada.

Programação para os alongamentos ósseos, permitindo o crescimento da perna curta com a correção das deformidades ósseas da tibia (osso da perna).

Vejam um exemplo de alongamento da tibia para correção do encurtamento. Esse paciente tinha encurtamento devido a hipoplasia da fibula, ou seja, a fibula existia porém, era curta.




Alongamento completado com 5,6cm de  osso novo, de ótima qualidade:




O tratamento é prolongado, contínuo, porém permite correção do comprimento da perna e marcha adequada para a criança.

Um abraço a todos,

Dr. Maurício Rangel

Tel. (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239.
E-mail: dr.mauriciorangel@yahoo.com.br



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