Criança e Saúde

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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A correção do pé cavo em crianças.



O pé cavo é definido como aquele com o exagero do arco medial longitudinal.

Quando progressivo, acompanhado de fraqueza muscular, deformidade em garra dos dedos, dor para uso de calçados e desequilíbrio para caminhar com quedas freqüentes, em crianças, exige tratamento precoce para a correção da deformidade.



O pé cavo progressivo surge, em crianças, como uma manifestação de doença neurológica (neuropatia periférica), que produz fraqueza de grupos musculares do pé e desequilíbrio muscular com o consequente desenvolvimento da deformidade.

A principal causa neurológica  para o pé cavo progressivo é conhecido como doença de Charcot-Marie-Tooth.



Trata-se de uma neuropatia periférica sensitivo motora hereditária que caracteriza-se por fraqueza progressiva da musculatura lateral do pé (fibulares) e dos músculos que elevam o pé (tíbial anterior e extensões dos dedos).

Com o desequilíbrio muscular, os pés vão deformando e adquirindo a posição fixa em eqüino, cavo, com deformidade em garra dos dedos, atrofia das panturrilhas, desequilíbrio e claudicação (mancar) para a marcha.



A doença é simétrica e, portanto, ambos os pés são acometidos, além disso, com a evolução da doença a musculatura dos antebraços e mãos também são acometidas.

A doença de Charcot-Marie-Tooth é familiar , sendo que as manifestações surgem mais precocemente naquelas com padrão de herança autossômica recessiva.



Nestes casos, as manifestações surgem ao redor dos 8 anos de idade, sendo mais comum em meninos, podendo acometer meninas também.

O prognóstico é pior quanto mais cedo surge a doença.

A deformidade do pé exige tratamento cirúrgico ortopédico e as indicações são para aquelas deformidades que dificultam o uso de calçados, causam dor e calosidades na borda lateral dos pés e na planta, dificultam a marcha, levam a desequilíbrio e quedas frequentes.



Existem diversos procedimentos operatórios descritos para a correção da deformidade.

Alongamentos tendinosos, alongamento da fascia plantar, transferências tendisosas, correção da deformidade em garra dos dedos, tenodese, osteotomias, artrodeses.

A escolha do melhor procedimento depende da gravidade da deformidade e do exame físico dos pés na consulta ortopédica. A avaliação da força muscular com exame físico manual, realizado na consulta é fundamental para a escolha das transferências tendinosas.

Os resultados da cirurgia:



Promovem pés plantigrados, móveis, sem dor e com bom equilíbrio para a marcha.

Para os melhores resultados serem obtidos, a correção cirúrgica deve ser realizada precocemente, antes de deformidades severas já existirem.


Quando corrigido precocemente, os procedimentos operatórios são mais simples, geralmente exigindo apenas cirurgia em partes moles (alongamentos tendinosos com transferencias tendinosas e tenodese)

Obrigado pela atenção.

Um abraço a todos.

Dr. Maurício Rangel

Tel. consultório para agendar horário: (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Como corrigir o pé equino na paralisia cerebral?



O pé equino com a marcha na ponta dos pés é a deformidade mais comum na paralisia cerebral.

Ocorre devido a hipertonia muscular (espasticidade) com encurtamento dos músculos da panturrilha.

O tratamento inicial é sempre conservador com medidas como fisioterapia motora, órteses, aplicação de Botox na musculatura da panturrilha com ou sem aplicação de gessos sucessivos.

Os casos em que o tratamento conservador não é suficiente para a completa correção da deformidade, serão os candidatos a correção cirúrgica.





Como é formada a musculatura da panturrilha ("batata da perna")?

A panturrilha é formada por 3 músculos ( gêmeo medial, gêmeo lateral e solear) e por isso denominado de tríceps sural.

O tríceps sural é um músculo muito importante para a postura ereta sendo um gerador de força para  o impulso da marcha na criança.

Os 3 músculos juntos vão formar um tendão conhecido por todos nós como tendão de Aquiles.

Uma criança com paralisia cerebral anda na ponta dos pés devido ao encurtamento da musculatura da panturrilha porém, nem sempre, os 3 músculos estão encurtados, muitas vezes, apenas um grupo de músculos esta curto, direcionando portanto o tipo de cirurgia a ser realizada.

Existem diversas técnicas operatórias para correção da marcha na ponta dos pés na criança com paralisia cerebral.





Na hora da escolha do procedimento, o cirurgião deve ter em mente vários fatores para que a correção seja eficaz.

São levados em consideração o tipo de paralisia cerebral, ou seja, hemiplegia, diplegia ou tetraplegia, a idade da criança e principalmente o exame físico articular do tornozelo, pés e exame visual e com o laboratório da marcha.

A melhor técnica para cada caso deve ser aquela que promova a melhor correção, sem hipercorrigir e sem o risco de recidivas.

A hipercorreção deve ser evitada a todo custo pois, significa dizer que o alongamento cirúrgico foi excessivo promovendo o enfraquecimento da panturrilha da criança, levando a um resultado insatisfatório.




Em linhas gerais a correção cirúrgica pode ser feito com técnica de alongamento tendinoso (onde os 3 músculos são alongados) ou alongamento seletivo da musculatura da panturrilha (onde só o musculo curto é alongado).

Estudos revelam que os fatores de risco para maus resultados cirúrgicos por correção exagerada (hipercorreção) com consequente enfraquecimento da panturrilha, ocorrem devido a:

- Cirurgia realizada precocemente, a recomendação é para que as crianças não sejam operadas antes de completarem 6 anos.

- Escolha equivocada da técnica operatória.

- Crianças diplegicas e tetraplégicas.

- Crianças do sexo feminino tem maior risco de hipercorreção, devido a maior frouxidão dos tecidos musculoesqueléticos.





E as recidivas? Quais os fatores de risco?

Ocorre com mais frequência nos hemiplégicos, nos alongamento seletivos da musculatura da panturrilha e nas crianças do sexo masculino.


Conclusões:

A correção cirúrgica da marcha na ponta dos pés na paralisia cerebral oferece excelentes resultados em curto e longo prazo desde que, sejam respeitados os limites de idade para a indicação, a técnica operatória escolhida seja ideal e o acompahmento pós-operatório seja eficaz.

Conseguimos oferecer grande melhora na marcha com o passo da criança passando a ocorrer de forma fisiológica ou seja, primeiro apoio do calcanhar no solo seguido pelo apoio da planta do pé e por último ponta dos dedos.

Obrigado pela atenção.

Um abraço a todos.

Dr. Maurício Rangel

Tel. consultório para agendamento de consultas: (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239.







segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Dor no antepé do adolescente. Conheça uma causa:




 Chamamos de antepé, a região da frente do pé que é formado pelos ossos metatarsianos e pelos dedos.


Com alguma frequência encontramos adolescentes apresentando dor na região lateral do antepé, com dificuldade para usar calçados e para longas caminhadas.

A deformidade no quinto dedo do pé, com a formação de um caroço na região, logo acima do dedo propriamente dito, é conhecido como joanete do quinto dedo ou bunionete.




É a principal causa da dor nesta região do pé.

Trata-se de uma patologia em que há um alargamento ósseo da cabeça do quinto metatarsiano, formando uma proeminência nesta região (caroço) que torna-se dolorosa devido ao atrito com os calçados.




É mais comum em meninas na adolescência ou adultas jovens

Os pacientes apresentam dor lateral, plantar ou dorso-lateral, bem localizada na frente do pé.

O aspecto clínico encontrado na avaliação médica é de uma calosidade com vermelhidão local (eritema), dolorosa a palpação.

Frequentemente a frente do pé dos pacientes acometidos é alargada.




A patologia ocorre devido a anormalidade na anatomia óssea com alargamento da cabeça do metatarsiano ou desvio lateral do osso.


O tratamento:

Inicialmente sempre conservador:

- Mudança no tipo de calçado, dando preferência para os que tem a frente alargada, evitando aqueles que tem a frente estreita.

- Tratamento das calosidades locais.

- Acolchoamento das áreas de atrito nos calçados.

- Uso de analgésicos para dores mais intensas.


O tratamento cirúrgico:

Recomendado quando há falha no tratamento conservador e em pacientes que tem excessiva demanda, principalmente atletas.

Existem diversas opções de cirúrgias mas, uma das mais utilizadas vem a ser a osteotomia distal do quinto metatarsiano.




A cirurgia visa medializar a cabeça do quinto metatarsiano e com isso corrigir completamente a deformidade.



Caso tratado com cirurgia:



Pré-operatório:
Pós-operatório.




Os resultados são satisfatórios com obtenção do alívio completo dos sintomas.


Obrigado pela atenção.


Um abraço a todos,


Dr. Maurício Rangel

Tel. para agendamento de consulta: (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239.